Nos últimos anos, várias técnicas surgiram para o rejuvenescimento da face. Sabemos que o processo de envelhecimento é resultado de uma série de alterações nas diversas estruturas faciais. Isto gera a perda do contorno e das formas levemente arredondadas da face jovem. Uma das principais causas desta perda é a redução da gordura e da própria estrutura óssea da face, gerando uma movimentação da pele para baixo e para o centro, com o surgimento de sulcos e áreas de sobra de pele. Atualmente se fala muito em harmonização facial e em lifting facial com o uso de preenchedores. O objetivo destes tratamentos é tornar a face mais proporcional, mais bela e restaurar as formas características da face jovem. Embora atualmente a maioria dos procedimentos sejam feitos com ácido hialurônico ou ácido poli-lático, produtos absorvíveis e muito seguros, estamos presenciando um certo exagero nas indicações e nas quantidades de produtos aplicados. E pior, estamos vendo profissionais sem formação adequada, se aventurando nesta área. Um dos objetivos do tratamento é promover efeito lifting, ou seja, melhorar a flacidez às custas de uma reposição de volume perdido. Na maioria dos casos isto realmente ocorre e observamos uma melhora importante da flacidez facial, porém, devemos considerar que estamos aumentando volume.
Mas será que todos os pacientes necessitam aumento de volume?
Muito embora saibamos que a maioria dos pacientes apresentam pelo menos algum grau de perda volumétrica com o envelhecimento, não podemos considerar que todos sejam bons candidatos a preenchimento com grandes quantidades de produto. Existem faces que mesmo apresentando flacidez, permanecem arredondadas e com bom volume. Será que tentar obter um efeito lifting com preenchedores não deixaria esta face volumosa demais? Não seria mais interessante usar ou associar outras técnicas como ultrassom microfocado ou mesmo indicar um lifting cirúrgico? Apesar de existirem protocolos muito bem formulados de rejuvenescimento, não existe um único protocolo que possa ser usado em todos os pacientes. Simplesmente porque as faces não são iguais e as expectativas e personalidades dos pacientes também são diferentes. Alguns pacientes realmente têm indicação de preenchimento, mas tem uma personalidade mais conservadora e certo medo de mudanças. Sutis e graduais melhoras nestes pacientes podem gerar um grau de satisfação muito maior do que grandes modificações. Por outro lado, nos deparamos com pacientes que querem cada vez mais preenchimento, na tentativa de manter a face jovem. Entretanto, o excesso de volume acaba estigmatizando a face por criar uma desproporção e uma desarmonia. Cabe a nós recusarmos o pedido do paciente, orientarmos e não injetarmos mais. Também cabe a nós, profissionais capacitados, sugerir diferentes opções terapêuticas, individualizadas para cada paciente.
Precisamos dar atenção ao paciente, avaliando cuidadosamente a sua face em todas as suas características, que são únicas. Devemos também ouvir e analisar as suas expectativas e dentro de uma visão realista, propor um plano de tratamento. O sucesso do tratamento está na sutileza do resultado, levando em consideração idade, personalidade, expectativas e viabilidade técnica de melhora. Portanto, oferecer ao paciente opções adequadas para o seu caso, expondo as vantagens, mas também as limitações, é o que diferencia o sucesso ou não do resultado. Personalizar cada tratamento, apesar de exigir muito mais conhecimento e visão global da face, tem muito maior chance de sucesso do que o uso de protocolos pré-determinados de rejuvenescimento. Enfim, busque um profissional capacitado e que lhe apresente opções realistas para o seu caso, evitando, com isto, frustrações ou resultados não satisfatórios.
O manejo do rejuvenescimento facial
Quando pensamos em tratamentos de rejuvenescimento com preenchimentos, toxina botulínica ou laser, sempre surge o medo dos resultados muito perceptíveis e artificiais.
O que desejamos de um tratamento com estas tecnologias é que ele seja perceptível, mas não identificável. Ou seja, o ideal é que as outras pessoas possam reconhecer a melhora, mas que tenham dificuldade em identificar de onde esta melhora vem.
Em pacientes jovens, nosso objetivo deve ser realçar os traços naturais da face, melhorando formas e proporções, mas sem transformar suas características naturais. Com o passar dos anos, nosso objetivo passa a ser fazer com que o paciente tenha uma aparência muito boa para a sua idade e não fazer com seu rosto tenha uma aparência de 10 ou 20 anos mais jovem. É necessário atenuar os sinais da idade, sem ter como objetivo eliminá-los totalmente.
Esta abordagem mais ponderada e iniciada desde os primeiros sinais de envelhecimento, nos permitem resultados muito naturais e que podem ser aprimorados ao longo dos anos.
Toxina botulínica e preenchimentos com ácido hialurônico são alguns dos procedimentos mais realizados em pacientes na faixa dos 35 a 50 anos. Pacientes com idade superior a 40 – 45 anos já podem também se beneficiar da restauração volumétrica com ácido poli-lático e do tratamento da flacidez facial com ultrassom microfocado. Pacientes com idade superior a 55- 60 anos frequentemente necessitam realizar, além dos anteriores, tratamentos para o fotoenvelhecimento com CO2 fracionado ou peelings mais fortes.
Qualquer que seja a sua idade e condição da sua pele, procure a orientação de um profissional capacitado. Realce a sua beleza natural e seja a melhor versão de você mesmo.
Realce sua beleza natural